(...)O Diabo na Antiguidade
Neste primeiro momento, a análise tem a intenção de mostrar que o Diabo aparece como adversário de Deus no âmbito do cristianismo. Esse conflito assumiu a forma de uma batalha cósmica entre o Bem (cristãos) e o Mal (judeus, romanos) sendo que tanto o conflito doutrinário como o bélico são utilizados para o combate desses últimos.
Ao contrário do Novo Testamento (NT), no Antigo Testamento (AT) o conceito do mal não existe de forma personificada e autônoma em relação a Deus. Na visão monista, característica do AT, a soberania absoluta de Deus não é ofuscada por nada. Deus é o autor de todas as coisas, sejam elas compreendidas como boas ou más pelo ser humano. No AT existem apenas quatro referências ao Diabo como sendo um ser sobrenatural devido ao fato de que a figura de Satã é desnecessária, afinal, Javé é responsável pelo mal. A falta de um dualismo radical entre o bem e o mal explica-se pela exclusividade de Javé. Nos três séculos anteriores à era cristã houve a predominância da tendência de considerar os demônios como seres predominantemente nocivos. O mal é conseqüência da desobediência do homem, logo, não há necessidade de Satã. o Antigo Testamento é permeado por uma visão monista, onde Deus é que garante a ordem cósmica e qualquer ser ou pessoa que pretenda atrapalhar esta ordem, recebe a devida retribuição por sua desobediência. Neste sentido, pode-se dizer que no Antigo Testamento o mal praticado pelo ser humano traz embutido em si o castigo. Assim sendo, seria correto afirmar que o Deus Javé é o originador de uma série de males em retribuição ao mal praticado pelo ser humano, todavia ele não é o causador do mal em um sentido moral. Apesar da grande produção literária (conhecida como textos apócrifos), ocorrida no período compreendido entre o fim do AT e o início do NT, esta não foi incorporada ao cânon cristão e, por isso, parece existir uma grande lacuna entre ambos os testamentos.(...)
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Continuando o assunto do post anterior, todas as vezes que eu decidi abordar figuras que pertençam a um universo dicotômico, sempre inseri num contexto humorístico dada a super valorização desses tais elementos, sejam anjos, demônios, santos etc...
Faço isso, por conta das inúmeras polêmicas geradas sobre qualquer figura de chifres que imediatamente é associada ao dito "mau supremo", ou a qualquer imagem de divindades da antiguidade, que o cristianismo imediatamente associa ao "inimigo" buscando somente privilegiar sus doutrina como possuidora da verdade.
Esse trabalho é um VEXEL mais arte final à mão.
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