Guiado por um desejo irrefreável de produzir, o artista Rodolfo Carvalho apresenta na série Os Azuis de Ogum uma ótica diferenciada da figura do orixá buscando o mínimo de interferência no aspecto religioso e fazendo um recorte do objeto humano sem perder contudo as referências à matriz afro-brasileira. Ogum foi homem antes de ser reverenciado na África e vir com seu culto para o recém descoberto Brasil e sua reverência é uma das mais fortes talvez pela sua relação com a agricultura impulsionando o desenvolvimento de ferramentas, consequentemente da tecnologia. Hoje, o Orixá é padrinho das profissões que envolvem a manufatura, criatividade e, acima de tudo do criar.
Ogum foi homem, antes de ser reverenciado na África e vir com seu culto para o recém-descoberto Brasil; e a adoração a ele é uma das mais fortes entre os orixás, talvez pela sua relação com a agricultura, impulsionando o desenvolvimento de ferramentas, e consequentemente da tecnologia. Hoje, ao Orixá é atribuída a chancela de apadrinhar as profissões que envolvem a manufatura, a criatividade, e acima de tudo, o fazer com arte. Assim, a exposição é quase uma metalinguagem velada, pois oferece (com reverência) todo um universo da arte feita com arte, daquilo que é na verdade o imaterial sendo convertido em matéria.
O que dizer do artista senão que ele é livre? Porque nascemos do vento e somos obrigados a levar a arte ao mundo, usando todas as linguagens através das mais belas das linguagens que é a arte. Expor um trabalho é perpetuar sua criação para que esta seja lembrada por todos. E por mais efêmera que seja a obra ela se perpetuará. OGUM em um dado momento foi um bárbaro sem sentimentos que não respeitava ninguém devido a sua soberba como maior guerreiro de Ifá. Depois de passar por uma situação em que foi espancado ele aprendeu a humildade e o respeito ao próximo. Neste momento eu me torno parte desta história e aprendi a humildade e me curvo diante dessa grande forma de vida chamada arte.
|
Montagem . |
Nenhum comentário:
Postar um comentário