terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Sobre Traçados, Temas e Amadurecimentos.

Em diversos aspectos da jornada do desenho, percebo que muitas pessoas possuem uma imensa dificuldade em absorver a idéia de que o traço tem uma importancia fundamental na peça a ser construída, levando muitos artistas a cometerem certos equívocos, muitas vezes taxados como infantis em seus trabalhos. Não me refiro somente a artistas iniciantes mas muitos profissionais do mercado que negligenciam o elemento "traço"gerando uma peça muitas vezes inconstante e desconfortável aos nossos olhos.

Quando comecei a desenhar e mesmo quando busquei me aperfeiçoar na universidade, percebi, à duras penas que meu desenho carecia de traço e que minhas obras não estavam, como costumamos dizer, amarradas. Graças a um esforço árduo, encontrei uma direção para meu trabalho e hoje não somente aperfeiçoei minha técnica, mas me sinto mais confortável em produzir sem o medo do trabalho aparentar ser incompleto. Hoje, é possível ver trabalhos meus de alguns anos atrás e notar uma maior maturidade crescendo no decorrer das linhas, coisa que eu não tinha muito tempo atrás. Talvez a imaturidade, herança da adolescência tenha refletido no meu início de vida adulta e, consequentemente tenha contaminado meu trabalho. Hoje percebo o quanto isso é normal.

Um outro aspecto mais positivo é a questão da temática que eu vejo em muitos artistas iniciantes e comparo com os mais experientes e vejo como há uma relação forte entre a vivência e o amadurecimento com o trabalho desenvolvido. Isso significa que nós artista desenhamos nosso crescimento ainda que inconscientemente no decorrer de nossa vida. Caso eu esteja sendo muito vago, observemos o desenho do Charles Schulz ao fim de sua vida: o trabalho direto, objetivo, singular e maduro, diferente de algum artista nos seus vinte e poucos anos que está com todo o gás e quer o imediatismo na porta de casa antes das dez e meia!

Enfim, me confortam esses aspectos do meu trabalho diante do decorrer de minha vida e me dá uma nova abertura para entender que não há uma quantidade de desenhos a se fazer em vida para aperfeiçoar o traço e sim, uma vivência em desenho que só será possível aprendendo, tentando, errando e aprendendo mais ainda.

Enfim, grande abraço!

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